BALANÇO MENSAL - DEZEMBRO

Antes de eu declarar 2017 definitivamente encerrado do ponto de vista cinematográfico, não pode faltar meu balanço mensal, que reúne as últimas sessões do ano, parte das quais vou levar na memória ao longo deste e dos próximos anos, tamanha a qualidade que apresentam. O pódio acabou reunindo somente filmes novíssimos, o que revela a total possibilidade de realização de excelentes produções no cinema contemporâneo. Seguem, portanto, os inéditos e os revisitados de dezembro. Feliz 2018!

PÓDIO

MEDALHA DE OURO

Roda gigante (Woody Allen)


Em breve, crítica completa, como sempre faço para os filmes de Allen. Por enquanto, o textinho que escrevi para justificar sua inclusão na lista de melhores filmes de 2017: O mesmo filme e, ainda assim, um filme diferente. A façanha anual de Allen se cumpriu novamente, e seu encontro com ninguém menos do que Kate Winslet nos leva para os anos 50 em Coney Island para encontrar uma mulher amarga, cujo erro do passado ainda atormenta e o casamento atual não satisfaz. Um romance com um salva-vidas parece uma tábua de salvação (conceito que é uma das recorrências do diretor) e um novo erro vem para desarranjar o estado das coisas. Tudo isso com luzes impressionantes, trabalho do esteta Vittorio Storaro. 

MEDALHA DE PRATA

O sacrifício do cervo sagrado (Yorgos Lanthimos)


Estranheza é um dos pilares do cinema proposto por Yorgos Lanthimos, cineasta grego que surgiu com um o duvidoso Dente canino (Kynodontas, 2009) e, desde então, vem melhorando a cada filme. Curiosamente, sem deixar suas características de lado, mas depurando um estilo que vem demonstrando amadurecimento como realizador. Em seu quarto trabalho, ele causa incômodo ao adentrar o cotidiano de uma família cujo patriarca (Colin Farrel, intérprete mais sólido a cada filme), consumido pela culpa, desenvolve um relacionamento de contornos cada vez mais bizarros com o filho de uma vítima sua, e tal bizarrice vem das atitudes do garoto, mais e mais obcecado. Não faltam momentos em que o inesperado é dito ou feito, e a crescente atmosfera de terror, potencializada por enquadramentos insólitos e uma trilha incidental opressora, leva a narrativa para além de um drama familiar. O prêmio de melhor roteiro no Festival de Cannes ficou em ótimas mãos.

MEDALHA DE BRONZE

Star wars episódio VIII - Os últimos Jedi (Rian Johnson)


O filme também ganhou um textinho por ter sido listado entre os melhores de 2017, e o trago novamente aqui: Foram dois anos de espera até o reencontro com figuras carismáticas e queridas em duas aventuras galácticas no ano em que o quarto episódio completou quarenta anos. E foi o encontro com mais um herói vulnerável: Luke Skywalker assume suas fraquezas e se revela um mito desconstruído, com um erro pelo qual se culpa, mas uma aparição muito especial o faz rever sua postura. Tentativas e erros de outros heróis também surgem, mostrando que sempre há muito a aprender. E os comentários acabam aqui!

INÉDITOS

394. Minha mãe é uma viagem (Anne Fletcher, 2012) -> 5.0
395. Assassinato no Expresso do Oriente (Kenneth Branagh, 2017) -> 7.0
396. Coisas belas e sujas (Stephen Frears, 2002) -> 7.0
397. O corpo (Oriol Paulo, 2012) -> 8.0
398. Kingsman: o círculo dourado (Matthew Vaughn, 2017) -> 6.0
399. Shine - Brilhante (Scott Hicks, 1996) -> 6.0


400. O colecionador de ossos (Philip Noyce, 1999) -> 6.0
401. Delicatessen (Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro, 1991) -> 7.0
402. Contra o tempo (Duncan Jones, 2011) -> 7.0
403. Minha irmã (Ursula Meier, 2012) -> 7.0
404. Doentes de amor (Michael Showalter, 2017) -> 7.5
405. Estômago (Marcos Jorge, 2007) -> 8.0


406. Cadê os Morgan? (Marc Lawrence, 2009) -> 4.0
407. Perfume - A história de um assassino (Tom Tykwer, 2006) -> 6.5
408. Agente 86 (Peter Segal, 2008) -> 7.0
409. O cidadão ilustre (Gastón Duprat e Mariano Cohn, 2017) -> 8.5
410. O dia depois (Hong Sang-soo, 2017) -> 7.5
411. Pasqualino sete belezas (Lina Wertmüller, 1975) -> 6.0
412. Como irmãos (Hugo Célin, 2012) -> 7.0


413. Depois daquela montanha (Hany Abu-Asad, 2017) -> 5.0
414. Amor à distância (Nanette Burstein, 2010) -> 6.0
415. Star wars episódio VIII - Os últimos Jedi (Rian Johnson, 2017) -> 8.5
416. Columbus (Kogonada, 2017) -> 8.0
417. Sombras do pavor (Henri-Georges Clouzot, 1943) -> 7.5
418. Clever (Federico Borgia e Guillermo Madeiro, 2015) -> 7.0


419. Revelação (Robert Zemeckis, 2000) -> 6.0
420. Desamor (Andrey Zvyagintsev, 2017) -> 8.0
421. O bebê de Bridget Jones (Sharon Maguire, 2016) -> 7.0
422. Elon não acredita na morte (Ricardo Alves Jr., 2016) -> 4.0
423. O motorista de táxi (Hun Jang, 2017) -> 8.0
424. Dieta mediterrânea (Joaquín Oristrell, 2009) -> 7.0
425. A festa (Sally Potter, 2017) -> 7.0


426. O que te faz mais forte (David Gordon Green, 2017) -> 7.0
427. A sombra da árvore (Hafsteinn Gunnar Sigurðsson, 2017) -> 8.0
428. Um dia em Nova York (Gene Kelly e Stanley Donen, 1949) -> 7.0
429. Roda gigante (Woody Allen, 2017) -> 9.0
430. Rastros (Agnieska Holland e Kasia Adamik, 2017) -> 5.0
431. O sacrifício do cervo sagrado (Yorgos Lanthimos, 2017) -. 9.0
432. Ensiriados (Philippe Van Leuuw, 2017) -> 7.5

REVISTOS

Horas de verão (Olivier Assayas, 2008) -> 8.0
O jogador (Robert Altman, 1992) -> 8.0
Conto de verão (Eric Rohmer, 1996) -> 8.0
Desejo e obsessão (Claire Denis, 2001) -> 8.0
Blow up (Michelangelo Antonioni, 1966) -> 7.0

MELHOR FILME: Roda gigante
MELHOR DIRETOR: Woody Allen, por Roda gigante
MELHOR ATRIZ: Kate Winslet, por Roda gigante
MELHOR ATOR: Colin Farrel, por O sacrifício do cervo sagrado
MELHOR ATOR COADJUVANTE: Barry Keoghan, por O sacrifício do cervo sagrado
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Juno Temple, por Roda gigante
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Woody Allen, por Roda gigante
MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: Rian Johnson, por Star wars episódio VIII - Os últimos Jedi
MELHOR TRILHA SONORA: O sacrifício do cervo sagrado
MELHOR FOTOGRAFIA: Vittorio Storaro, por Roda gigante
MELHOR CENA: O diálogo com variação de luzes em Roda gigante
MELHOR FINAL: Roda gigante

Comentários

Postagens mais visitadas